quarta-feira, 13 de abril de 2011

ver o ritmo, ouvir o escuro

A luz inaugura o dia
e silenciosamente dita o ritmo
A noite vem calada
na sua escuridão
não se vê nada.

no more tears

Se entre nada e nada não pode existir nada, um brinde a ninguém pelo menos.
Para sombras ocas de vivos que estão mortos, um brinde ao nossos corpos.

vem

É tão distante pedir. Tão perto saber que não há

depois da virada do ano

Enquanto isso,
puxa a história atrás de si,
fixa momentos,
arrasta sensações,
adota procedimento.

Se lança, recua,
fica imóvel.

Recebe o novo,
se reinventa.

Contribui e modifica.

Se inclina para o vício e é feliz?

humor do tempo

Ver a imensidão do mar, sentimentos a navegar.
O céu para dissipar a angústia,
as nuvens para esquecer,
o sol para alegrar e
os passos pela areia que querem te encontrar.

de um ponto ao outro, o interesse como um ponteiro

Ítens da bagagem entre o acessório e o essencial.
Levo o necessário, carecendo de você.
Imprecisão com hora marcada.
A distância fica no meio, eu vou.

amostragem do universo

um estado apocalíptico conformado:
diante da impermanência e vacuidade
é precisamente as causas ocultas
que explicam o mistério,
em revelações secretas.
Minha finalidade é discreta.

sem(n) ti

Aqui, de perto, te aperto
Pronta para apartar
Aporto em sitio ermo
Ergo uma horta
De mim mesma
No recolhimento
Me perco

desenho

danço por extenso de tão denso meu sentimento
impostos para o bem comum mais falta do que tem, despossuída, ouço o diabo bater em minha porta.
Duração
Árdua condição
Entre extremos
açoite e gozo

Fronteira defronte
aa fraqueza refratária
Frieza e febre
dita e devora

Amor, amor
toco de vela
a chama chora
a fumaça escapa

Fica o limite
De modo que não toco
um tambor branco
Em silêncio

amargura

etéreo, eterno, terno
um drink no inverno
com limão, coração!

colorir

hesito: mas opto por não deixar nada em branco

desnorte

fim do dia inicio da noite,
sem a energia do sol nem penumbra que acalma ...agora,
no meio do nada,
sem nome próprio,
apenas o efeito de transição.
Trânsito como um átomo sem astro.

o/os

economia afetiva:
se positivo,
saldo credor,
se negativo,
rendimento da solidão

anticiência

não é mentira é o contrário da verdade, talvez incerteza

cópia legítima

vou imitar o que me inspira,
olhar para fora para não esquecer de mim,
reinventar para não ser mal entendida.
vou imitar o que me inspira, olhar para fora para não esquecer de mim, reinventar para não ser mal entendida.

o que há e o que é

rumor do mundo, falso e avulso.
murmuro: é imaginação.
nesta trajetória sou espelho da história.
agora em diante tudo é memória.