terça-feira, 1 de outubro de 2013

Bando

Gravata azul, blusa listrada de cores frias demonstra a compostura, com escapes de um riso sanhoso, empenha com teimosia a fúria pela eficiência. Passos largos, mente estreita, é assertivo. O mal-encarado gentil declara sem assombro o que necessita, no meio do que está metido, para alguém com pertinácia igualmente.
No tira-teima, os obstinados adquirem um olhar torto que brilha licorosamente.
Disposição inflamada, corrói e regenera a lesão de tecido pré-existente, retorno do mesmo.
Infraestrutura óssea, a roupa veste a pele que salva a alma.
O fio condutor que liga e religa vem dos desligados.
Ponta reluzente, eleva o olhar às placas de ruas e praças, pessoas ilustres em putrefação e outros.
Tida uma existência podre de poder vira registro.
Benfeitores guiam homens homogêneos, abstêmios de poder, mas emergentes e alarmantes.
Dentro de um código de conduta, o cambalacho, o informal, o central remexido.
Nervoso, engole o seco dry martini e deixa as azeitonas, por crendice ter azar ao comer bolinhas.
Vê uma partida de futebol pela televisão e participa coincidentemente de narrativas e contrariedades.
Sedentário inteligente, é muito querido.
É inclinado ao pio dos pássaros, acha-os gloriosos e orgulhosos.
De si e dos outros iguais, descobriu a infelicidade da decepção, cumulativa.
Regozija-se na cia do bando de aves, varre as vagens sem sementes para baixo do tapete.