A fila anda a lentos passos, olho para os lados para não me irritar.
Ao olhar, julgo a moça que passa ao telefone; afetada e antipática.
Volto a si e concluo que o pensar irritada faz dos outros
encoleirados.
Quando ali, penso fora de si, uma hipótese de concluir o que seria se:
- a mulher ao telefone fosse minha cliente, seria de meu total interesse
sua chatice, esse jeito arrepiante me tiraria do cotidiano irritado.
- fosse eu que estivesse do outro lado da linha, ouvi-la na parte que me
irrita, faria buscar minha calma e contornar o que não agrada para diferenciar
os momentos que quero falar com ela.
- ela fosse um personagem do que vou escrever, esse jeito antipático e
afetado são parte do personagem que ela criou de vendedora e gerente (imaginado
por mim) e a ligação do telefone, foi a chamada de uma funcionária que dá bola
fora no que é encarregada na loja. E justifica o seu jeito que me irritou.
De repente:
“Que porra de fila que não anda”
Acaba o romance e penso: “E se tivessem mais
caixas?”