quarta-feira, 20 de abril de 2016

empunhada por dentro de um livro, um conto para fora.


Empunhado nas mãos, dentro do livro, contos elegantes que misturam coser e tecer....tecelagem do texto. Toda familiaridade com a alfaiataria, tecidos, caimento...descritos na narrativa do conto dela.
Acendeu a festa de quinze anos, o convite para dançar.
Desde às visitas a Tecelagem Cinerama com minha mãe às medidas por tirar, o costureiro escolhido pela minha amiga tem seu preço final e para nós começo de conversa.
Conhecido trabalho de alfaiate, vista do croqui, o tecido, o modelo eram escolhas da debut.
Para minha mãe era uma visita investigativa sobre o curioso entendimento do projeto de celebração.
Minha amiga Samathinha, ganhava muito mais dinheiro que eu da fada do dente e ela me deu um lugar no seu sonho.
Depois de todas as visitas ao costureiro, medidas e acertos: o vestido em duas partes juntas.
A saia com caimento e rigor da forma sobre muitos tules com bainha bordada.
Inteiro azul celeste, corpete de renda que delineava o busto e com alças.
Unificado a saia numa costura invisível tal vestido, com seu peso dava delícia de entrar.
Por uma noite tive um par, de mãos dadas dançamos a valsa.
Grande festa no Buffet Torres, todas meninas de azul e meninos de smoking faziam o corpo.
Samanthinha fez troca de roupa, suas jóias a ambos os vestidos eram de dar gosto.
Bebi champagne por entre espelhos, flores, lustres toda delicadeza do alfaiate, às amizades o brinde.
Empunhado em mãos, dentro do livro, seu filho viu a esperança, voando de patinhas finas e verde. A visão da esperança da mãe era o pouso dele no seu corpo. Um louva-deus...
Aqui vimos a lagarta verde delineada de preto com o pigmento laranja dentro. Na parede...longe da folha, do tronco, da árvore, da terra, da pedra. 
Ela queria uma foto, mandar para a irmã, diz que sua irmã a chama de lagarta.
É porque está em maturação para o vôo. Logo ela, da poética firme...negra bonita...num evento para crianças.
Nunca chegamos a lugar algum, mesmo no lugar do acontecimento, o lugar que estamos é o que temos, mesmo pacífico, o conflito interno busca se harmonizar, a permanência de um estado pacifico é desapropriação de conflito interno.  
Essa voracidade calma de todos os dias, esse apelo ao outro por meio de assunto comum ...
Todos estão assentados sobre o que são, o outro é mera interlocução para se identificar.
Aficionados por si mesmo nas estórias que sabem toma-se leitura empunhando.
A leitura da poética firme e beleza negra, remete a Cruz e Souza da erudição, filho de escravos alforriados, ganhou tutela de ex-senhor, adotou o Souza, foi letrado e grande poeta simbolista.
Um gafanhoto voando para o filho é esperança ao pousar no corpo da mãe ganha nome de esperança, a poética na negra firme vê a lagarta e não está pronta....
Creio que voar é a esperança
Empunhado em mãos, o livro por dentro das mordidas e tapas no irmão, enciumada a filha mais velha, crises nervosas e choro raivoso do impulso inicial do nascimento de que estou por fora, que o pai só tem seu colo e incompreensão de tal natureza feroz...
Por dentro dele que tem a prosperidade, escrever é seu mote.
O homem não tece a teia da vida; ele é apenas um fio.
Tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo.
Por entre fios vermelhos e brancos, entre quatro colunas, uma emaranhando de paz e guerra.
Entro no meio na maior concentração de fios e enfio minha cabeça, sentada no chão.
Minha cabeça apertada numa sensação de carinho e pressão, penso que o outro também merece carinho e pressão.
Se sou o fio da teia da vida, o que jogo na teia é o que volta para mim: Guerra e Paz, carinho e pressão é o que faço para você.

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