Empunhado nas mãos, dentro do livro,
contos elegantes que misturam coser e tecer....tecelagem do texto.
Toda familiaridade com a alfaiataria, tecidos, caimento...descritos
na narrativa do conto dela.
Acendeu a festa de quinze anos, o convite para dançar.
Desde às visitas a Tecelagem Cinerama
com minha mãe às medidas por tirar, o costureiro escolhido pela
minha amiga tem seu preço final e para nós começo de conversa.
Conhecido trabalho de alfaiate, vista
do croqui, o tecido, o modelo eram escolhas da debut.
Para minha mãe era uma visita
investigativa sobre o curioso entendimento do projeto de celebração.
Minha amiga Samathinha, ganhava muito
mais dinheiro que eu da fada do dente e ela me deu um lugar no seu
sonho.
Depois de todas as visitas ao
costureiro, medidas e acertos: o vestido em duas partes juntas.
A saia com caimento e rigor da
forma sobre muitos tules com bainha bordada.
Inteiro azul celeste, corpete de renda que delineava o busto e com alças.
Inteiro azul celeste, corpete de renda que delineava o busto e com alças.
Unificado a saia numa costura invisível
tal vestido, com seu peso dava delícia de entrar.
Por uma noite tive um par, de mãos
dadas dançamos a valsa.
Grande festa no Buffet Torres, todas
meninas de azul e meninos de smoking faziam o corpo.
Samanthinha fez troca de roupa,
suas jóias a ambos os vestidos eram de dar gosto.
Bebi champagne por entre espelhos,
flores, lustres toda delicadeza do alfaiate, às amizades o brinde.
Empunhado em mãos, dentro do livro,
seu filho viu a esperança, voando de patinhas finas e verde. A
visão da esperança da mãe era o pouso dele no seu corpo. Um louva-deus...
Aqui vimos a lagarta verde delineada de preto
com o pigmento laranja dentro. Na parede...longe da folha, do tronco, da árvore, da
terra, da pedra.
Ela queria uma foto, mandar para a irmã, diz que sua
irmã a chama de lagarta.
É porque está em maturação para o vôo. Logo ela, da poética firme...negra bonita...num evento para crianças.
É porque está em maturação para o vôo. Logo ela, da poética firme...negra bonita...num evento para crianças.
Nunca chegamos a lugar
algum, mesmo no lugar do acontecimento, o lugar que estamos é o que temos, mesmo pacífico, o conflito interno busca se harmonizar, a permanência de um estado pacifico é desapropriação de conflito interno.
Essa voracidade calma de todos os dias,
esse apelo ao outro por meio de assunto comum ...
Todos estão assentados sobre o que
são, o outro é mera interlocução para se identificar.
Aficionados por si mesmo nas estórias
que sabem toma-se leitura empunhando.
A leitura da poética firme e beleza negra, remete a Cruz e Souza da erudição, filho de escravos alforriados, ganhou tutela de ex-senhor,
adotou o Souza, foi letrado e grande poeta simbolista.
Um gafanhoto voando para o filho é
esperança ao pousar no corpo da mãe ganha nome de esperança, a poética na negra firme vê a lagarta e não está pronta....
Creio que voar é a esperança
Creio que voar é a esperança
Empunhado em mãos, o livro por dentro
das mordidas e tapas no irmão, enciumada a filha mais velha,
crises nervosas e choro raivoso do impulso inicial do nascimento de
que estou por fora, que o pai só tem seu colo e incompreensão de
tal natureza feroz...
Por dentro dele que tem a prosperidade, escrever
é seu mote.
O homem não tece a teia da vida; ele é
apenas um fio.
Tudo o que faz à teia, ele faz a si
mesmo.
Por entre fios vermelhos e brancos,
entre quatro colunas, uma emaranhando de paz e guerra.
Entro no meio na maior concentração
de fios e enfio minha cabeça, sentada no chão.
Minha cabeça apertada numa sensação
de carinho e pressão, penso que o outro também merece carinho e
pressão.
Se sou o fio da teia da vida, o que
jogo na teia é o que volta para mim: Guerra e Paz, carinho e pressão
é o que faço para você.
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